Entrevista – Edu Cardoso: um mundo lúdico dentro do 32º ABUP SHOW
25/02/2016
Apostando no mundo lúdico do artista plástico Edu Cardoso, o 32º ABUP SHOW dá sequência à série “Arte e Decoração”. O artista, convidado para desenvolver a comunicação visual que ilustra todas as peças da campanha do evento, mora na cidade de Avaré/SP e cria quadros inspirados em mitos e lendas que habitam o imaginário popular. Esses personagens, cheios de expressão e significado, causam uma espécie de encantamento aos olhos, uma viagem de sonhos, que cada um interpreta a seu modo.
O que você poder falar sobre essa parceria com a ABUP?
Quando aceitei o convite para participar do evento eu não tinha noção da dimensão de tudo isso e da responsabilidade que eu estava abraçando, mas o susto foi amenizado com o decorrer do processo de criação. Todos os que estão envolvidos com a ABUP, são excelentes profissionais e extremamente criativos, o que me ajudou muito a criar tranquilamente as pinturas tema.
Qual a proposta da campanha criada para o evento?
Não existiu uma proposta pronta para a arte. Simplesmente fui dando continuidade nos temas em que eu estava pintando naquele momento. Sendo assim, as obras da campanha entraram no fluxo da produção. E para estas obras dei uma atenção mais especial e um pouco especificada nas cores usadas e na harmonização da pintura. Como seria para um evento Outono/ Inverno pensei em combinações de cores que trariam uma sensação de calor artificial aconchegante e elegante. Por isso, os tons roxos e violetas juntos do amarelo dourado de meia luz.
Quais são suas principais inspirações?
Tudo inspira, só depende do momento e do estado de espírito em que eu estiver no momento. Acho que a maior fonte de inspiração para todo mundo que trabalha com arte é o próprio trabalho, a produção incessante. Como já dizia Pablo Picasso – “A inspiração existe, mas tem que te encontrar trabalhando“.
Como surgiu a ideia do “mundo lúdico” para compor a arte do 32º ABUP SHOW?
A ludicidade é um fator decorrente na minha pintura, já que o estilo do meu trabalho se enquadra no lowbrow/surrealismo pop. Então o que houve foi apenas o encaixe e a adequação da minha arte na composição desta ABUP.
Você tem um estilo voltado mais para o Surrealismo Popular, ao utilizar personagens de mitos e lendas em suas obras. Como foi conectar esse seu estilo à proposta de decoração do evento?
A proposta foi um encaixe das minhas pinturas com a comunicação visual. O meu trabalho nisso tudo foi desenhar e pintar. Já a conexão entre um universo e outro foi o trabalho dos designers e toda a equipe do evento.
Quando você começou a desenhar e como funciona seu processo criativo?
Comecei a desenhar quando eu ainda era muito criança, influenciado principalmente, pelos quadrinhos nacionais da década de 80/90 e também ilustrações da literatura infantil. Com o tempo fui conhecendo mais a pintura e seus gênios, dos quais sou fascinado por vários. Conheci também a escultura, depois o grafite e a street art, arte contemporânea e por aí vai. Divido o tempo entre São Paulo e Avaré. Gosto de produzir na minha cidade natal, onde eu tenho toda tranquilidade para criar. Mantenho uma rotina de trabalho bem centrada e vivo a arte o dia inteiro