E+ Estadão – Garimpo global Empresária fala sobre o lançamento de sua nova marca, a Rima Casa, na próxima edição da Abup Home & Gift
28/02/2019Empresária fala sobre o lançamento de sua nova marca, a Rima Casa, na próxima edição da Abup Home & Gift
Fruteira Piaçava por Sergio Matos para o lançamento da Rima Casa Foto: Rima Casa
O universo da casa está presente nas mais distantes memórias da empresária Ciça Rima. “Minha família tinha uma pequena indústria de roupas de cama, mesa e banho em Avaré, no interior paulista. Na década de 1990, com a abertura das importações, fundei a loja Casa Bonita em São Paulo, que, com o tempo, foi se direcionando mais para a distribuição”, lembra Ciça, que durante anos se dedicou à seleção e importação de produtos da China, Vietnã e Filipinas. Até que, em 2016, ela resolveu se voltar para o Brasil em busca de artesãos com capacidade produtiva de atender ao mercado global. “Comecei a viajar pelo País em busca de itens especiais e foi assim que cheguei à Rima Casa”, conta a empresária, que programou o lançamento nacional da sua mais nova marca para a próxima edição da Abup Home & Gift, tradicional feira do segmento, que será realizada de 16 a 19 deste mês, na São Paulo Expo. “Pretendo investir em peças que representem nossa diversidade e também em novas comunidades de criação”, conforme ela afirmou nesta entrevista ao Casa.
Você tem uma longa vivencia com o artesanato. Sendo assim, o que define um produto de qualidade?
Um trabalho de qualidade está muito ligado à manutenção de seus padrões originais de tamanho, cores e texturas. Por exemplo, um artesão pode dominar uma técnica de trançado, possuir habilidade manual, dominar as técnicas de extração de matérias-primas e de tingimento, porém, a partir do momento em que se dispõe a desenvolver uma coleção deve ser capaz de se impor todo o rigor técnico. Daí a importância dos projetos de capacitação.
Nas últimas décadas houve um visível apuro técnico dos produtos artesanais. Acredita que programas de incentivo que preveem parcerias com designers tenham contribuído para isso?
Sem dúvida, sim. O Sebrae, por exemplo, desenvolve alguns projetos de capacitação que ajudam a aumentar a qualidade dos produtos, fortalecer a cadeia produtiva e, consequentemente, gerar renda. Em geral, tudo começa com uma visita técnica do designer à comunidade para a avaliação das possibilidades. De acordo com as características de cada lugar é proposto o desenvolvimento de uma coleção de produtos, normalmente em conjunto com toda a comunidade. É quando cada artesão tem a possibilidade de demonstrar suas aptidões.
Como se deu o contato com os designers Sérgio Mattos e Paulo Alves e quais os pontos fortes das coleções deles que você vai apresentar na próxima Abup?
Conheci o Sérgio no Nordeste e já tinha me encantado pelas peças da coleção Buriti, desenvolvida por ele na região de Barcelos, no Amazonas. Quando lancei a Rima Casa, resolvi convidá-lo para trabalhar conosco. Foi uma grande felicidade ele ter aceito. O encontro com o Paulo Alves se deu em Minas. Ele já estava informado do trabalho que queríamos desenvolver juntos. Acredito que o ponto forte das peças do Sérgio está na iconografia e no aproveitamento das técnica de trançados e de tingimento de fibras naturais, das mais diversas regiões, gerando peças de alto impacto visual e apelo tátil. Já no Paulo, ressalto o traço contemporâneo de seu desenho e a excelência das madeiras e das técnicas de marcenaria que ele tão bem domina.
A empresária Ciça Rima Foto: Fernanda Sea
Fonte: https://bit.ly/2T4omx0