Entrevista – Pedro Lamin: da street art à decoração
11/02/2016
Catarinense de Balneário Camboriú, Pedro Lamin é o artista convidado para assinar a campanha especialmente criada para o 6º ABUP MÓVEL, que estreia a série “Arte e Mobiliário”. Ilustrador e designer, Pedro propõe uma brincadeira com elementos de arte urbana aplicados à decoração, resultando em uma estética surpreendente.
O artista trabalha com a ABUP há alguns anos e foi o criador da marca que hoje representa a associação, o famoso “presentinho”. Conversamos com o ilustrador sobre essa parceria de sucesso.
Sua parceria com a ABUP já é antiga. Comente um pouco sobre essa trajetória junto à associação.
A parceria teve início em 2012, antes do 25º ABUP SHOW. A ABUP precisava fortalecer a presença digital e fui convidado para concretizar esta tarefa. Assim que iniciei os trabalhos, houve um novo convite, para criar uma nova marca para a associação. De lá para cá, a ABUP tem me colocado novos desafios e a cada evento tenho contribuído adicionando novas ferramentas aos eventos: vídeos, mapas interativos, etc.
Como foi receber o convite para ser o artista da campanha do 6º ABUP MÓVEL?
Fiquei muito honrado com o convite devido à importância do evento. Por ser um parceiro da ABUP de longa data, fui testemunha da visibilidade que ela proporcionou aos artistas que participaram nas edições anteriores, no caso o evento ABUP SHOW.
Qual a proposta da campanha criada para o evento?
Minha principal inspiração vem da arte de rua. Por princípio, esta arte é carregada de elementos lúdicos, muitas vezes abstratos, cores vibrantes e com muito contraste entre elas. Usei toda essa bagagem para equilibrar com elementos tradicionais da cultura da decoração.
Qual o maior desafio que você teve em inserir sua ilustração com características de arte urbana na decoração?
Foi justamente manter um equilíbrio entre estes dois mundos: o externo (grandes superfícies) com o interno (superfícies reduzidas e com muitos ângulos). Colocar o móvel como protagonista da arte e criar padronagens abstratos como coadjuvantes da composição.
Depois de anos trabalhando no mundo ABUP, qual a sua visão na relação direta entre a arte e a decoração?
Acredito que a aproximação de ambas é necessária. A decoração só tem a crescer com o caráter transgressor, ou contestador da arte. Na contramão, a arte precisa aprender a ter um discurso mais pluralizado, mais acessível a todos.
O que, em sua opinião, é imprescindível na criação da arte de uma campanha?
Liberdade criativa é fundamental, o resultado final desta campanha reflete esta liberdade que a ABUP me proporcionou. Outro ponto que entendo como importante, é o artista mergulhar no tema, absorver o ambiente onde suas obras serão inseridas.
Quando você começou a desenhar e como funciona seu processo criativo?
Desenho desde criança, só não parei depois de virar adulto. Só as superfícies e técnicas foram crescendo comigo. Meu processo criativo se dá pela observação. Toda pessoa, ambiente ou pensamento (por mais abstrato que pareça) é um tema ou elemento que compõe meu próximo desenho.
As manifestações artísticas, em especial a “street art”, estão conquistando cada vez mais as grandes metrópoles brasileiras. Como você vê esse cenário da arte inserida no cotidiano das pessoas?
Posso responder com meu próprio exemplo: foi a arte de rua que me aproximou das expressões artísticas. Foi o interesse em saber como pintar naqueles “grandes muros” que me fez aprender técnicas, estudar a história da arte e, sendo assim, conhecer outros artistas (os clássicos) que inspiram os atuais.
Posted by Mariana Couto, jornalista – imprensa@abup.com.br